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Memórias do Ouro

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A diversidade na arquitetura dos casarões de Jacobina nos proporciona um grande acervo acerca da história da cidade e da sua gente, contundo, a dificuldade de encontrar fontes acessíveis que remetam a sua histografia favorece a sua invisibilidade. 

 A importância histórica de Jacobina gerou alguns trabalhos e registros, que embora estejam espalhados, com um olhar minucioso desvenda uma parte da sua memória como no IPAC-BA volume IV

    “As informações reunidas e os comentários críticos do coordenador do IPAC-SIC, Paulo Ormindo de Azevedo, podem se constituir em elementos fundamentais na elaboração de uma política municipal de proteção e uso criterioso de um patrimônio de valor inestimável para a identidade de Jacobina, para a mobilização de atividades de educação e turismo, e para a solicitação de novos tombamentos e de auxílios para a preservação e restauração dessas e de outras edificações e de seus sítios.**.” (BRANDÃO 1993, Página 63)

  Dentre os casarios que se destacam é possível citar o edifício situado na Rua Senador Pedro Lago, 102, Centro (onde hoje se localiza a Degust, que é alugado por Augusto César Souza Oliveira) acredita-se que tenha sido construído no século XIX, embora não tenho sido possível precisar o ano do seu levantamento.

  “Nas zonas colonizadas no século XVIII, como Jacobina e Rio de Contas, o padrão arquitetônico é o do litoral: construções robustas de paredes e auto-portantes de adobe ou pedra, usualmente criadas, como pequenas aberturas e vergas retas ou em arcos abatidos. Os sobrados, nestas zonas, são quase sempre do século XIX.” (BRANDÃO, 1993, Página 19).

  A casa terréa com estrutura de madeira e adobe, apresenta grandes janelões, usados para garantir a iluminação da casa, a parte superior da janela chamado frontão rendado, no centro faz parte do frontão, e o Castilho na parte inferior, e a estrutura de duas partes para abrir, a arquitetura colonial é caracterizada por portas e janelas em um tamanho não padrão, hoje possui cinco cômodos, dois banheiros, uma cozinha e a parte externa, com a fachada em estilo colonial que chama a atenção de quem passa pela a sua exuberância.

  Sendo supostamente fundamentada por Manoel Rocha Pires, nascido em 1883, mais conhecido como Seu Lelé, era avô de Ronaldo, que nos concedeu uma entrevista “Quem morava lá era o meu avô, agora o ano que foi construída, eu não sei... eu não sei”.

  Esse patrimônio vem sofrendo algumas modificações ao longo dos anos, como foi citado em entrevista com Anécia Teixeira Rocha, que alugou o espaço no ano de 1968 para a instalação da Escola Letícia Teixeira, a mesma fez algumas mudanças no local, sendo elas as trocas de pisos, derrubou a divisão entre a dispensa e a cozinha, e outra entre dois salões.

  Contudo, apesar das mudanças externas como: sua cor, a sua parte exterior conserva a sua estrutura original, oferecendo uma visão panorâmica da opulência da vida da sociedade elitista jacobinense, documentando assim uma parte importante da história local e sendo um dos elementos que encantam os que passam pela cidade, como cita a professora Suzana Alice Marcelina, no prefácio do livro Jacobina Sim “Jacobina fascina os que nascem e conquista os que nela passam a viver. Assim aconteceu com a Autora.”

         Texto elaborado pelos alunos: Ana Rosa Alves Vieira, Cibelle Glauberto Feitosa da Silva, Eduardo Soares dos Santos, Maria Clara Souza Oliveira Santos e Nathalia Moreira Nobre

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  • Foto do escritorTextos dos pesquisadores

A HISTÓRIA DO CASARIO "O SOBRADo"

Bárbara Figueiredo, Gabrielle Mota, Ianny Gabriele e Lua Marques.

Fachada - Acervo do Museu


RESUMO:

Esse artigo tem a finalidade de contar a história de uma das arquiteturas coloniais, conhecida como Sobrado, um casario de Jacobina-BA, cujo o mesmo, faz parte do patrimônio histórico da cidade; sendo assim muito importante, como diz John Ruskin ‘’ arquitetura é o único meio que dispomos para conversar vivo laço com um passado ao qual devemos nossa identidade, e que é parte de nosso ser’’. Desse modo, damos visibilidade a história, as mudanças e ao patrimônio cultural de Jacobina, tendo como referência as pesquisas em campo realizadas pelo corpo estudantil do 2° ano do Ensino Médio do Colégio Yolanda Dias Rocha.



PALAVRAS-CHAVE: CASARIO, SOBRADO, ARTIGO CIENTIFICO


ABSTRACT:

This article has the purpose of telling the story of one of the colonial architectures, known as Sobrado, a Jacobina-BA house, of which the same is part of the city's historical heritage; and it is very important, as John Ruskin says, "architecture is the only way we can talk live with a past to which we owe our identity and which is part of our being." In this way, we give visibility to the history, changes and cultural heritage of Jacobina, taking as reference the field research carried out by the student body of the 2° year of the High School of Yolanda Dias Rocha College.



KEY WORDS: OLD HOUSE; “SOBRADO”, SCIENTIFIC ARTICLE.


Conhecida como a ‘’ Cidade do ouro’’, graças as suas riquezas em minérios, está Jacobina, localizada ao norte da Chapada Diamantina. Apesar de tamanha exuberância natural e as suas diversas culinárias, culturas e tradições populares, encontra-se valiosas arquiteturas coloniais, como é o caso dos casarios (uma série, fileira ou agrupamento de casas coloniais), um grande patrimônio histórico.

Um dos contratempos existentes para a preservação dos casarios de Jacobina-BA, são os documentos de propriedade, na qual os proprietários não estão com títulos de propriedades em dia. Além disso, não existe tanto interesse por parte dos mesmos, em tombar a casa pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), na qual, este conjunto de variáveis dificulta o acesso a riqueza histórica, que são os casarios.

Dentre todos os casarios antigos situados em Jacobina, está o Sobrado, um patrimônio também cultural, situado na Praça Castro Alves, 44 - Leader, Jacobina – BA, atualmente propriedade de Lorena e José Rocha Pires. E através desse edifício, procuramos informações sobre seus valores e significados históricos. Desse modo, pode ser entendido através do imóvel, suas características, transformações, que foi passado durante todo o trajeto.



“O SOBRADO”

Segundo a senhora Maria Conceição Vieira Coutinho Pires o primeiro proprietário do casarão foi Francisco Dias de Moraes um homem português, casado com Isabel Cezar, eles tiveram três filhos, Galdino César de Moraes, Arsênio César de Moraes e Enédina César de Moraes. Com o falecimento de Isabel Cézar de Moraes ,Francisco Dias de Moraes Casou-se com Rosamélia Pinhauí Cezar de Moraes tendo quatro filhos com ele, Isaura Dias de Morais Rego , Maria da Gloria de Moraes Valoar Coutinho, Ismael Ferreira de Moraes e José Natã Dias de Moraes. Com o falecimento de Francisco Dias de Moraes ,Galdino Cezar de Moraes , Maria da Glória Moraes Valoar Coutinho, e Enédina Cezar de Morais foram os filhos que herdaram o Casarão de seu pai .Com o passar do tempo as irmãs venderam sua parte para Galdino Cezar de Moraes, se tornado o legitimo dono .Logo após o Coronel Galdino Cezar de Moraes comprou a casa para o casamento de sua filha e deu-lhe a residência de presente de casamento para morar com seu marido o coronel José Rocha Pires.



Foto da parte externa da casa. Arquivo do acervo pessoal dos discentes do Colégio Yolanda Dias Rocha.

E assim a casa foi passando geração em geração, e nos atuais a casa está na quarta geração, onde os atuais proprietários são José Rocha Pires e Lorena . O casario passou por inúmeras mudanças dentre elas a extensão de uma varanda, a expansão da casa, foi colocado piso em alguns lugares, e também foi adicionada uma escada e uma cozinha na lateral da casa. Segundo os atuais proprietário e algumas culturas hereditárias “o sobrado” como chamado nos dias atuais foi construído na época de 1780, não se sabe ao certo a data exata, é uma especulação. A velha e histórica casa é muito difícil de se manter, pois a base do casario é toda de madeira, dentro das paredes também há madeiras o que torna muito difícil o controle do cupim. A casa não é tombada pelo IPHAN, pois os atuais proprietários não concordam com os termos que o IPHAN sugere para o tombamento da casa. É imprescindível relembrar que no ‘SOBRADO” há objetos memoráveis para a cidade de Jacobina –BA, como a primeira Geladeira do munícipio:



Foto da primeira Geladeira de Jacobina. Arquivo do acervo pessoal dos discentes do Colégio Yolanda Dias Rocha.

Outro objeto memorável não somente para o Sobrado, más também, para a Cidade é um quadro com uma pintura do primeiro bispo filho de jacobina, o Frei José.



Retrato do Frei José em 1783. Arquivo do acervo pessoal dos discentes do Colégio Yolanda Dias Rocha.


Anotações atrás do quadro do retrato do Frei José. Arquivo do acervo pessoal dos discentes do Colégio Yolanda Dias Rocha.

Mais uma peça importante para o casario é um piano que está lá desde que o casario foi construído.



Foto de um piano antigo do casario. Arquivo do acervo pessoal dos discentes do Colégio Yolanda Dias Rocha.

Nos dias atuais no andar de baixo do casario, são pontos comerciais, onde funcionam uma clínica odontológica, um armazém/ice café, e também um escritório de direito. No andar de cima é uma residência familiar onde os donos do casario moram. A planta da velha casa deriva de residências comuns tanto urbana quanto rural da região de jacobina. Traz também um formato retangular muito usado na época e na localidade. Na construção é especulado que foi utilizado materiais como pedra para a estruturação da casa, madeiras como vigas entrelaçadas dentro das paredes para segurar a estrutura da casa, como se fossem vigas e uma vedação em adobe como geralmente as construções da mesma época eram feitas, o edifício traz uma estrutura autônoma.

Referência:

Entrevistas com: Galdino Pires Veloso, Maria Conceição Vieira Coutinho Pires e os atuais proprietários Lorena e José Rocha Pires. Para a coleta de dados sobre o casario pois não tem informações sobre a velha casa em livros.

Para dados apresentados foi utilizado o livro “ INVENTARIO DE PROTEÇÃO DO ACREVO CULTURAL DA BAHIA”-Vol. I4-Monumentos e sítios da serra Geral e da Chapada Diamantina. O livro foi utilizado pois a construções de casa da mesma época e em conversa com um historiador da cidade de jacobina, as casas da época tinham basicamente a mesma estrutura de construção materiais, formato da casa e tamanhos basicamente.

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